sexta-feira, 4 de julho de 2008

Junina Minha Fror!


Fui em tua casa, provei de tua comida. Ninguém me disse que fazia mal e nem tão pouco me fez. Fui em tua casa e dormi em tua guarida, ninguém me avisou que teria pesadelos, nem tão pouco eu tive. Fui em tua casa e debrucei-me em tuas palavras, ora que ninguém me falou que eram falsas, e nem tão pouco elas foram. Fui em tua casa e toquei teu violão, ninguém pronunciou que tu não ensinavas, nem tão pouco me deixou sem cifras... Fui em tua casa e senti-me livre, ninguém me fuxicou que era prisão, nem tão pouco vi algemas... Fui em tua casa e abusei de teus lençóis, não me cochicharam serem de palha de mio, quando me deitei, era algodão...

Junina minha fror! Me perdoe se não te avisei que no molho tinha cebola, que o perfume tinha fragância alérgica, que no dormi esqueço do tempo, que no conversar ás vezes esqueço de praticar, que no tocar esqueço o nome das notas, que ser livre não me tiras a responsabilidade de dar satisfações. Que em noites de frio, Edredon é melhor que lençóis de seda...



É que Junina minha frozinha, como podes ser tão grandiosa, se é pingo de gente... Eu vim da roça urbana, da roça braba da inconseqüência, da ignorância e coisa e tal... Espiga de milho como tu mesmo pequena é raro encontrar tão especial. Minha roça urbana não tinha muita regra... Quando encontramos espiga assim cheio de gosto e moral, não sabemos se colhemos ou deixamos de enfeite no quintal.

Parece visão dos firmes da cidade grande, os mocinhos existem sim e podemos confiar em tais, mas ai de que tem os vilões em nossa cabeça, que num deslize corriqueiro trazem pro feliz os dias fatais...

Junina minha fror! Eis que não tenho palavras para explicação, não existe por que não te dar satisfações. Mas, para o que houve depois, virá até conto dos sertões... Eu tentei tapar um buraco da peneira, olha que situação, não agüentei cenas deploráveis e me veio na mente á ação. Não quis ficar observando, sem dar opinião, como quem vê e não fala nada, ou só depois da confusão.


Junina minha fror, eu não sei como te olhar. Me deu o que ninguém nunca deu, me fez senti o que ninguém nunca me fez... E eu sei porque não mereci ter nada disso. Não sou digna, não deveria desejar tanto algo que não sei lidar. Desejei coisas as quais não vivencio. E vivenciei... Foi tão maravilhoso até eu mesma estragar tudo (não tudo de bom que eu passei, mas tudo o que um dia acreditei)... Não soube retribuir e não soube como correr... Ai minha fror! Lá vem na mente dessa véia uma serenata, uma cantiga, expressão mais reles de um “sinto muito” que me dói na alma não poder apagar. Um aviso era suficiente, porque sofremos por tão pouco que se torna muito? Aprender com a dor porque? se não tivemos como evitá-la? Questões, questões, não disse muito do que eu tinha pra dizer e como se não fosse suficiente não aproveitei o tempo e a dedicação que me fora prestada pelos meus dedos e digitais... Pra me redimir só com a aceitação dos meus próprios erros etecétera e tais...


Quando me disse que Deus proveria a verdade! Poxa, me aliviei demais... A dor que estava sentindo se dissipou em subir alguns degrais... Sempre sábia nas palavras, como o de sempre esperado... Mesmo que não tenha me dado chances nem me tenha escutado.

Te decepcionei Junina, quem me dera que fosse por causa da cebola, da alergia, de um conto mal contado, de uma mágica falha, o romper de uma corda do violão, o afundar das molas do colchão...





SERENATA

Ritmo: Apenas rima...(romantico-solitário)


Era somente marcar/ sem celular.../

Era só mesmo avisar/ pra respirar.../

Era não ter medo de/ se isolar.../


Não sei mais/ o que aconteceu/

Não sei onde ou (o) que se perdeu/


As palavras não ditas me fazem tortura/

No que eu penso,/ deixo pra lá.

Se eu pudesse eu traria de volta o tempo,/

Dou tempo,/ não deixo e deixo rolar...


Erros não deixam de ter/ que nos ensinar...

Mas aprender não se faz/ se não se marcar...

Pingos de névoa caíram no peito/

só com o vento se faz dissipar...

Não sei mais/ o que aconteceu/

Não sei onde ou (o) que se perdeu/

As palavras não ditas me fazem tortura/

No que eu penso,/ deixo pra lá.

Se eu pudesse eu traria de volta o tempo,/

Dou tempo,/ não deixo e deixo rolar...

Senhor do destino me dê mais um tempo

Eu não quero e insisto em ter que penar/ pesar/ perdurar e pensar ...


Mesmo o relógio parado esta certo,/

duas vezes/ por dia...