sexta-feira, 4 de julho de 2008

Junina Minha Fror!


Fui em tua casa, provei de tua comida. Ninguém me disse que fazia mal e nem tão pouco me fez. Fui em tua casa e dormi em tua guarida, ninguém me avisou que teria pesadelos, nem tão pouco eu tive. Fui em tua casa e debrucei-me em tuas palavras, ora que ninguém me falou que eram falsas, e nem tão pouco elas foram. Fui em tua casa e toquei teu violão, ninguém pronunciou que tu não ensinavas, nem tão pouco me deixou sem cifras... Fui em tua casa e senti-me livre, ninguém me fuxicou que era prisão, nem tão pouco vi algemas... Fui em tua casa e abusei de teus lençóis, não me cochicharam serem de palha de mio, quando me deitei, era algodão...

Junina minha fror! Me perdoe se não te avisei que no molho tinha cebola, que o perfume tinha fragância alérgica, que no dormi esqueço do tempo, que no conversar ás vezes esqueço de praticar, que no tocar esqueço o nome das notas, que ser livre não me tiras a responsabilidade de dar satisfações. Que em noites de frio, Edredon é melhor que lençóis de seda...



É que Junina minha frozinha, como podes ser tão grandiosa, se é pingo de gente... Eu vim da roça urbana, da roça braba da inconseqüência, da ignorância e coisa e tal... Espiga de milho como tu mesmo pequena é raro encontrar tão especial. Minha roça urbana não tinha muita regra... Quando encontramos espiga assim cheio de gosto e moral, não sabemos se colhemos ou deixamos de enfeite no quintal.

Parece visão dos firmes da cidade grande, os mocinhos existem sim e podemos confiar em tais, mas ai de que tem os vilões em nossa cabeça, que num deslize corriqueiro trazem pro feliz os dias fatais...

Junina minha fror! Eis que não tenho palavras para explicação, não existe por que não te dar satisfações. Mas, para o que houve depois, virá até conto dos sertões... Eu tentei tapar um buraco da peneira, olha que situação, não agüentei cenas deploráveis e me veio na mente á ação. Não quis ficar observando, sem dar opinião, como quem vê e não fala nada, ou só depois da confusão.


Junina minha fror, eu não sei como te olhar. Me deu o que ninguém nunca deu, me fez senti o que ninguém nunca me fez... E eu sei porque não mereci ter nada disso. Não sou digna, não deveria desejar tanto algo que não sei lidar. Desejei coisas as quais não vivencio. E vivenciei... Foi tão maravilhoso até eu mesma estragar tudo (não tudo de bom que eu passei, mas tudo o que um dia acreditei)... Não soube retribuir e não soube como correr... Ai minha fror! Lá vem na mente dessa véia uma serenata, uma cantiga, expressão mais reles de um “sinto muito” que me dói na alma não poder apagar. Um aviso era suficiente, porque sofremos por tão pouco que se torna muito? Aprender com a dor porque? se não tivemos como evitá-la? Questões, questões, não disse muito do que eu tinha pra dizer e como se não fosse suficiente não aproveitei o tempo e a dedicação que me fora prestada pelos meus dedos e digitais... Pra me redimir só com a aceitação dos meus próprios erros etecétera e tais...


Quando me disse que Deus proveria a verdade! Poxa, me aliviei demais... A dor que estava sentindo se dissipou em subir alguns degrais... Sempre sábia nas palavras, como o de sempre esperado... Mesmo que não tenha me dado chances nem me tenha escutado.

Te decepcionei Junina, quem me dera que fosse por causa da cebola, da alergia, de um conto mal contado, de uma mágica falha, o romper de uma corda do violão, o afundar das molas do colchão...





SERENATA

Ritmo: Apenas rima...(romantico-solitário)


Era somente marcar/ sem celular.../

Era só mesmo avisar/ pra respirar.../

Era não ter medo de/ se isolar.../


Não sei mais/ o que aconteceu/

Não sei onde ou (o) que se perdeu/


As palavras não ditas me fazem tortura/

No que eu penso,/ deixo pra lá.

Se eu pudesse eu traria de volta o tempo,/

Dou tempo,/ não deixo e deixo rolar...


Erros não deixam de ter/ que nos ensinar...

Mas aprender não se faz/ se não se marcar...

Pingos de névoa caíram no peito/

só com o vento se faz dissipar...

Não sei mais/ o que aconteceu/

Não sei onde ou (o) que se perdeu/

As palavras não ditas me fazem tortura/

No que eu penso,/ deixo pra lá.

Se eu pudesse eu traria de volta o tempo,/

Dou tempo,/ não deixo e deixo rolar...

Senhor do destino me dê mais um tempo

Eu não quero e insisto em ter que penar/ pesar/ perdurar e pensar ...


Mesmo o relógio parado esta certo,/

duas vezes/ por dia...





quinta-feira, 12 de junho de 2008

AMOR! SINTA, VIVA-O...


“O amor não tem sexo, não tem religião, não tem vestimentas, não tem sentido, não tem explicação. Não importa como, onde, quando ou com quem ele acontece. Sinta, ah!!!! Apenas sinta. Verá que os preconceitos que vestem nossa rotina não servem para ninguém, não adiantam nada. Quando o amor acontece ele não pede que nos desfaçamos dele alegando isso ou aquilo outro, sofrendo por que não era aquilo que deveria ser, ele apenas acontece... para que vivamos com intensidade e fervor, mesmo que, apenas por alguns instantes, alguns dias, alguns anos...

O “problema” é que vivido no ontem, no hoje é produto do comentários dos amanhãs e isso convenhamos que não deve ser considerado no âmago como um problema. Por isso, o amor implora que você viva-o intensamente, pois, quando deveras realmente prestar contas - e isso ninguém sabe como será. - As pessoas que deduziram ou tiveram conceitos e pré-conceitos simplesmente não estarão lá. Quando houver a pergunta do porquê não viveu no amor. Dirá que era isso, que pensava que isso era aquilo ou que não era... Ah!!!!!! sinta o amor. Viva-o... Os demais.............. Os demais seguirão você se olharem para si e não pra você... Se não viverem em função do que você faz e quiserem satisfação do que te faz realmente feliz, eles verão que não há sentido no sentido do que te faz feliz, verão! Ah um dia verão, talvez em breve. Se e somente se, os preconceitos não lhe comerem as entranhas...” ...”.



Enquanto isso, viva o amor enquanto pode, viva no amor... Não espere que o mundo mude, seja você mesma e verá que seu mundo mudará!



PELA PRIMEIRA VEZ EM TÃO POUCAS PALÁVRAS VOU-ME PELA AÇÃO
DE UM (...)


(...) FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

DIA DAS MÃES (Desculpem-me a demora)



Às vezes penso estar sozinha, sozinha em meio à imensidão, sozinha como se nunca tivesse tido alguém, como se nunca fosse (de) ninguém. Às vezes penso estar sozinha e ter nascido sozinha e ter vivido sozinha, às vezes penso em meio à imensidão do mar, estar apenas em meio à imensidão do mar. Ao mergulhar sinto algo estranho, como se eu não estivesse sozinha, como se daquele mar me viessem nutrientes, de repente, como se me faltasse o ar, eu luto para sair e ao chegar fora, respiro como se a vida me fosse dada naquele único suspiro, e por medo da morte ou da vida que me fora dada, eu choro. Daí me dão uma toalha, nada mais do que alguém em especial, acolhe-me com uma toalha, mas é um específico calor que me aquece a alma, tão aconchegante que parece que o mundo não é só “meu”, pois não estou mais só. Aconchego! E é no aconchego que paro de chorar e começo a sonhar.

Na mente não um sonho com sentidos camuflados em animais ou objetos estranhos, nem mesmo me vem do subconsciente um desejo obscuro e surpreendente, tudo fez sentido, um filme onde retroagi e adiantei...

De adulta fui criança, de adolescente fui bebê...

E em todos os meus passos por mais que se sentisse só não o estava, não como pensara sempre. Houve um tempo considerável a perceber que não nasci só e por mais que me veja sentada num banco de cimento, ao cinza que me descolore as entranhas... Não posso negar que não comecei a andar sem apoio. E quem me fez andar sozinha com minhas próprias pernas, ainda assim não me deixou só. Pois, mesmo usando-as ainda não sei usá-las, ninguém sabe. Posso derrapar e é nestas horas que passo a ver o quanto não estou só mesmo que me desprezem a queda, e não dêem o valor que eu inferir nela. Mesmo que não compreendam o porquê prossegui no meu caminho de armadilhas... Estão lá, não são de barro, não são de vidro, nem costurados, alinhavados... Tanto posso estar entre esculturas, estátuas, bonecos e me sentir acompanhada, como posso estar dentre carne e osso sentindo-me mais aérea e desconcentrada, centrada, desacompanhada...

E vice e versa. Assim, às vezes penso estar sozinha, sozinha em meio à imensidão, sozinha como se nunca tivesse tido alguém, como se nunca fosse (de) ninguém. Às vezes penso estar sozinha e ter nascido sozinha e ter vivido sozinha, às vezes penso em meio à imensidão do mar, estar apenas em meio à imensidão do mar. Mas ao mergulhar, ah! Ao mergulhar... É como se voltasse no tempo, tempo em que nem sei o que pensava... Nem mesmo tinha fala, escrita, horas, passos, palavras, só sentia...

Sentia o que ninguém me explica ter sentido, pois não faz sentido, não há sentido, não existe explicação para o sentido, pois o sentido, quem sente não sabe explicar. E é por isso que apenas deveria entre frases com ou sem nexo dizer apenas “Eu te amo” e poupar-lhe da decifração incômoda do sutil e simples que não consigo descrever ou escrever.

Não consigo de tal modo, que me parece “eu te amo” ser a mais reles expressão que poderia proferir... Meus atos me condenam pra você, que eu seja a menos indicada a tais palavras, por isso, elas não me vieram a ponto de saber como usá-las. Tu não julgas a ponto de me condenar a um destino tão cruel, mas para que meu destino seja belo, temo passar pelo feio e tu me ajudas a isso. E o meu temor se dissipa ao me tornar dona dos meus passos.

E nesse momento penso estar sozinha, sozinha em meio à imensidão, sozinha como se nunca tivesse tido alguém, como se nunca fosse (de) ninguém. Ás vezes penso estar sozinha e ter nascido sozinha e ter vivido sozinha, às vezes penso em meio à imensidão do mar, estar apenas em meio à imensidão do mar. Ao mergulhar, sinto algo estranho...

O que eu sinto é estranho... E nem quero imaginar o que isso significa, sentir é o supra-sumo dos enigmas. Por mais que me tenha como só, nunca estaria, pois não nasci sozinha. E as lembranças fazem do homem o ser cálido, na sua total compleição. O ser humano estar-se-á sempre à mercê dos olhares, sentimentos, inspirações, ilusões, deduções, palavras e gestos de outrem... Mesmo que, se sinta completamente só.




NADA DO QUE EU DISSER OU FIZER, PENSAR OU PRESUPOR, PODE DUVIDAR DO QUANTO SEUS ERROS E ACERTOS HUMANOS QUISERAM, SOBRETUDO, O MEU PROGRESSO.

SE VIAJAR AO FIM DO MUNDO, SEI QUE EM TEUS BRAÇOS REGRESSO. ÚMIDA, TRÊMULA, APARENTEMENTE SÓ. MAS, SEMPRE TERÁS PARA MIM O ACONHEGO, NEM QUE SEJA DUMA TOALHA. POIS, O CALOR NÃO VEM DELA. EXISTIRÁ SEMPRE UM ESPECÍFICO E ÚNICO CALOR QUE ME AQUEÇERÁ A ALMA.

Enigmaticamente Feliz dia das Mães!

sábado, 3 de maio de 2008

Saindo da Greve para publicar: Dar sentido Ao Trabalho

Em meio a infinidades impactantes de teclas úmidas e secas, tão frias e móveis, tão claras e turvas, existe alguém. Entre enxadas de pontas flamejantes, mãos fumegantes, suor inquietante, calor latejante e lascas cortantes; existe alguém. Entre luzes vibrantes, em noites serenes de frios quentes, de quentes-frios, de passo em filas e fila de passos, existe alguém. Entre tic’s e tac’s, sirenes gritantes de luzes bicolor, aviltantes encontros, de gritos sedentos luvas em sangue, existe alguém. Alguém que dá sentido, alguém que esta sentindo o sentido do existente; Da vida, da morte, da fome, da negação do comer. Ora morte e vida se entrelaçam, ora a fome e a vontade de não comer se amordaçam nos desejos.
Os viventes da terra que transformaram o trabalho num sacrifício e o amor num pecado, nunca estão felizes com as realizações alheias disse-me algum sábio. E o suor que pinga é rapidamente limpo sem que se perceba o instante em que a gota caiu. De manhã, de noite, na madrugada, é diário, é intenso e repetitivo...
O trabalho como um todo esconde diversas faces. Algumas delas parecem quase sempre desmotivadas pelo cansaço e embora aparentemente perceba-se esse cansaço, em outros, é possível numa visão amplificada de seus sentimentos invisíveis a olhos vestidos e visíveis aos olhos despidos (sem pudores e nus) uma satisfação. A satisfação daqueles que dão sentido ao seu trabalho, o valor dado de se próprio ao trabalho. E de tanto trabalho não só ao trabalho, pois além do trabalho existe alguém que o executa.
Hoje não é do específico trabalho que irei parabenizar e prestar homenagens. Não ao digitador, ao trabalhador rural, aos seguranças, aos médicos, para-médicos ou enfermeiros; As donas ou os donos de casa, Não aos trabalhadores em níveis globais.
A quem eu congratulo, sobretudo, sem saber se sou digna de expressar as palavras que brotam de minh’alma e se essas, possam servir de homenagem límpida e congratular:
É o ser humano! O trabalhador nato, aquele que além de tudo consegue se sobressair diante dos desestímulos da vida, diante dos fracassos que só nos reerguem quando há capacidade de superá-lo. É aquele que faz de um parafuso, um encaixe, de uma luva, uma arte, de uma arma, a responsabilidade, da sirene uma música, do discurso à anulação do conluio, de uma enxada, um futuro, da limpeza, o chão, da sobremesa, a solução... Aquele que dá sentido! O sentido! A sacada de estar-se-á em meio ao propósito exato, a natureza presa ou livre. Aquele que da sentido ao trabalho e dá sentido a sua vida como trabalhador. Não ao trabalhador, mas aquele que executa com fervor aquilo que outrem nem mesmo dar-se conta de estar efetuando!


Parabéns pelo dia do Trabalho.
Parabéns ao ser humano por detrás do verdadeiro Trabalhador!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

PÉTALA



O seu amor reluz que nem riqueza. Você é a Asa do meu destino, sem você o destino não tem como voar, não tem como me encontrar em claro e exato tino, PÉTALA. Quando me sinto ao teu lado sinto que o céu invade a terra como gotas, partículas de estrela caindo bem devagar...



Oh! Meu amor! É uma constante agonia ver-te e não poder te tocar como deveras dois enamorados. Nas condições em que me encontro, nas privações que me impõem os cegos que insistem em me protelar, viver é todo o sacrifício feito em seu nome.


Há influência na nascença, não há nascença nas influências (só se quisermos), se somos levados, não somos carregados, andamos com as próprias pernas. Somos aquilo que nascemos para ser mesmo que nunca sejamos, asa do destino, do meu destino. Não o quero mudá-lo ou reverter. Não há mudança, existe adiamento ou privação. Não há como reverter, quem sabe ocultar... Nunca precisei me assumir, mas preciso que me assumam como sou. Oh! Pétala, o conforto das noites obscuras e insones esta no fechar dos olhos e o imaginar da tua face. Do teu abraço que nunca senti, do teu beijo que nunca provei, quanto mais desejo um beijo, um beijo seu, muito mais eu vejo gosto em viver. E no VIVER Exercito a paciência em sincronia com o tic-tac do relógio. Às vezes enlouqueço e quebro o tempo. Volto em si e vejo que mesmo com a minha revolta as horas não adiantam, apenas passam, num ritmo desconexo aos meus sentimentos. Conceitos não me são inúteis, embora não consiga evitar esse tormento, julgamento desnecessário. Então, se não me vês pela rua, é por que me perco nos sonhos, numa casa, numa sala, num quarto, nesta única possibilidade de fuga tu estas presente também. Pétala irreal, projeção imaginária, INTOCÁVEL. Para aliviar o peso de te querer que deveria ser leve apelo com fervor, humildemente tento explicar e para os “Juizes Terrestres” não consigo... DEUS meu defensor, seria Ele aqui intitulado Advogado, a consulta foi tão simples e complexa. Direta e objetiva, seguir-se-á apelação do Advogado, Supremo Juiz: “- Por ser exato, o amor não cabe em si, por ser encantado, o amor revela-se. Por ser AMOR, INVADE E FIM”.



#Música: Pétala
#Cantor: Djavan

O seu amor/ reluz/ que nem riqueza asa do meu destino/ claro, exato tino, Pétala/ De estrela caindo bem devagar/ Oh! Meu Amor/ viver/ é todo sacrifício feito em seu nome/ Quanto mais desejo, um beijo, um beijo seu/ muito mais eu vejo gosto em viver/ Viver.

Refrão

Por ser exato, /o amor não cabe em si,/ por ser encantado,/ o amor revela-se./ Por ser amor, /invade e fim.


quarta-feira, 5 de março de 2008

In Diferenças


Ao conversar com um querido conhecido, sentir-me-ia numa época diferente, pois, seus conceitos eram progressista-realistas de forma que me inseri num contexto social que já existia a séculos, só eu não percebi... Falávamos sobre a juventude, na verdade ele falou. E nesse momento estava quase na ditadura numa conversa secreta de guerrilheiros, além de esperanças e revolta, havia inteligência e coerência, havia identidade.

“- Os jovens querem o seu melhor, eles só não sabem o caminho, só não sabem como se expressar...”.

O que mais o indignava era a indiferença, os preceitos que na prática eram diferentes dos discursos, nossos próprios discursos... Dizer que vamos lutar pela indiferença custe o que custar... E quando presenciar o seu chefe tratando um indivíduo desse modo? Como protestar! Seria por isso promovido ou perderia o emprego, uma referência? Num discurso momentâneo quem sabe sua resposta seria “promovido” e na prática? Num país tão... Essa conversa foi longa...

Há indiferença... Isso se sabe, tal qual sabemos que existem uns com muitos outros com poucos... Sabemos que há humilhação que há cobiça... Tudo o que nós já sabemos nem mesmo importa, já estamos indiferentes...

Começar a falar do país nem mesmo caberia aqui, primeiro porque você logo pularia parágrafos, já escutamos tanto, tudo a mesma coisa com palavras diferentes, não queremos mais escutar o que já imaginamos saber até demais e então tudo sobre o país não é mais novidade. Uma notícia nova: “Fulano roubou bilhões dos cofres públicos” Ah! Isso eu já sabia, muda o canal, não, vamos assistir um DVD?? Mas como você sabia?? Bom! Eu vi isso ontem, ou foi semana passada... Acho que era a mesma notícia, se não for, o país é rico mesmo, ou são milhões ou bilhões... Lá vem o moralismo... "Eu não faria isso, lutaria pelo povo com unhas e dentes...” Mais discursos... Tudo vira o que já virou, passa a ser o que já passou, uma notícia que ninguém mais quer ouvir... Textos como esse que ninguém tem mais paciência para ler.

“ – (...) num encontro de jovens que ocorria três dias a cada mês... A menina fechada se debruçou em lágrimas e nos contou sua história. Mas isso no nosso dia-a-dia corrido... Não temos tempo de prestar atenção nas pessoas... A não ser para julgar antecipadamente e superficialmente o caráter pelo jeito, se eu mesmo tivesse visto ela numa praça, jamais me aproximaria, me pareceu no início uma pessoa de difícil relacionamento...”.

É interessante quando analisamos aspectos significativos de nossas vidas, das pessoas que não surgem, das que surgem, da importância que damos a ambas... Às vezes damos a elas exageros de qualidades, outras vezes apenas ganham a nossa indiferença... Pra quê querer saber? Pra quê? Um só não vai mudar mesmo... Uma conjuntura de podridões só seria lavada com um grupo de lavagem “UM GRUPO”. E não apenas um funcionário, pois estando só, além de demorar mais para limpar, algumas coisas por preguiça ou façanha vão ficar debaixo do famoso tapete...

 

(...)

O que mais tenho receio é essa falta de amor, de companheirismo disse-me ele. Vi numa reportagem um censo em que perguntava se os jovens hoje queriam um companheiro(a) ou sexo. 80% dos jovens brasileiros responderam que queriam um companheiro, isso me surpreendeu... Eu busco uma companheira, mas não pensava que 80%... Talvez seja verdade, eu até acredito, o problema é que nunca achamos encontrar aquela pessoa que realmente é nossa companheira... Na minha realidade julgam não “o que tenho” e sim “o que eu não tenho” (risos)... E conversamos rimos, quase choramos... Contou-me ele que gosta muito de histórias de superação.

“(...) ele tinha uma doença de atrofiamento muscular quase não se via o tronco malmente os membros e foi campeão de Matemática, recentemente ganhou medalha de ouro. Ele primeiro estudou com sua mãe, entrou na escola tarde... O entrevistador perguntou qual era a fórmula de seu sucesso, ele respondeu quase sorrindo: Bom! O segredo é ter paciência, ir devagarzinho e enfrentar um problema de cada vez...”

Isso acontece conosco, queremos solucionar tudo de uma vez ou o mais rápido possível, se pudéssemos resolver tudo em uma hora estava tudo certo! E essa busca por independência? Saímos da casa dos pais, acabamos indo pra casa de uma irmã ou parentes... Depois da luta num trabalho qualquer ás vezes indigno de nossa capacidade pessoal, e depois conseguir aquela faculdade que tanto desejamos, daí depois buscar o emprego desejável, e aí já somos adultos e outras responsabilidades, e se vai indo e indo, sempre buscaremos alguma coisa... Sempre querendo resolver tudo de uma só vez...

Às vezes nossos pais perguntam o que tanto conversamos que passamos uma, duas horas com um amigo? E que quando vê-los novamente nem vamos ter mais o que conversar, acham que em dez minutos, meia hora no máximo, já está bom... Porque os pais esquecem do que passaram quando eram jovens? Será que eu vou esquecer? Meu Deus não me faça esquecer... Nem me faça esperar duas horas para falar com um(a) filho (a). (risos) (risos)... É complicado! Principalmente porque em nossas conversas profundas, secretas de guerrilheiros ou reveladoras nem vemos o tempo passar tanto assim... Parece duas horas ser em dez minutos ou meia hora...

Mas sem esquecer que quem está de longe logo vai comentar... Dois amigos (um rapaz e uma moça): Estão namorando. Se ele for casado ou vice-versa: Estão tendo um caso. Duas amigas: São lésbicas ou estão atrás de namorados... Dois amigos (dois rapazes) talvez devido ao conhecido machismo nenhum comentário, mas dependendo: São gays!

Velhas conversas que todos já conhecem, deve ser por isso que eu já estou indiferente quanto a isso, indiferenças às vezes são díspares em seus significados...



É... Engraçado quando nos despedimos: “-Me dê seu msn Ket...” “-Fui proibida de meios de comunicação em massa dilon...” “-Porquê?” “- Ditaram-me que estava usando-os demais...” “- Você esta numa ditadura, é repressão...” “- O que posso fazer, tenho 17 e não tenho independência” “- tenho 20 e continuo sem ter ainda...” “-Essa juventude!”.


Se formos viver só de revolução...”.

“-Obrigado por conversar comigo Leandro...”. “-Não, obrigada por me escutar Ketlin...”.


Despedimo-nos com um ar de graça, leveza e desprendimento adolescentes... Embora cansados e revoltados... Nossas faces exalavam sem sentido uma consolação... E aquela, onde somente de expressar sonhos e lutas, paradigmas e como poderia ser feito, como deveriam agir os governantes, ou como o Brasil é isso ou aquilo... É quando achamo-nos cidadão por apenas cogitar que isso deveria ser assado ou cozido, quando nos achamos importantes em discutir algo sobre nós, sobre o nosso país. Falamos dentre isso demais coisas que necessitaria ser transcrita em teses. De como alguns jovens como nós não vivem de muitos sonhos e o quanto é preciso se agarrar numa chance e fazer dela oportunidades ou como é tão fácil sentar-se num bar beber, barbarizar, fumar, fazer vandalismo cobrando moralismo, contar piadas sem pudores e dizer:


“-Faço isso porque sou jovem...”.

terça-feira, 4 de março de 2008

"De antemão..."


De antemão, não sei se inferi nesta cartinha infantilidade ou mesmo pieguices. Tal carta no início tinha o propósito explícito de iniciar com mais voracidade essa sementinha da amizade que esta sendo regada. Mas, logo me deparei com uma situação controversa: Por que me sinto na necessidade de entregar-lhe essa cartinha? Se uma maturidade tal seria revelada se por mim mesma dissesse, como requer palavras antes ditas com honra? Eu mesmo detenho a absurda resposta para tal questão... Não digo pessoalmente, não porque há vergonha membrada de pudores... Mas, porque acredito que não estamos vivendo na antiguidade e mesmo nela, não haviam apenas palavras ditas com honra. Hoje em dia uma palavra dita pode ser tão verídica e real ou ao mesmo tempo tão mentirosa e fantasiosa... Nós sabemos disso, eu não julgo coisas sobre as quais não vivencio. Partindo desse pressuposto, tanta enrolação e formalidade me distanciam do propósito real, que seria adequar-se ao mundo contemporâneo, onde a palavra não é meu álibe, só é, se vier seguido de uma declaração com número do CPF e RG, comprovante de residência, se estou no SERASA ou CPC... Quem sabe tenho referencia da dona do supermercado, ou sou parente daquele que passou no concurso, se o currículo é com foto, o irmão tem ou não passagens pela polícia... Enfim, se tenho ou não tenho popularidade... A vizinha me conhece, se eu estava envolvida naquela confusão ou apareci num programa de televisão e etc... No mundo de hoje é mais ou menos assim, mas quem sabe não me importo... E não farei essa carta inicialmente na intenção de que seja uma declaração de meu apreço...

Sendo assim, de antemão desconsidere a introdução, me vejo sempre numa situação constrangedora quando tenho a missão de começar ou terminar um texto, tanto, que minhas cartinhas não tem menos de duas páginas... Isso se deve a um medo recorrente de ser mal interpretada e isso ocorre até mesmo pessoalmente, julgando-se pela maldade, senso aguçado ou interpretação das pessoas... Nem por isso mudo meu jeito, nem por isso mudo certos conceitos, sabendo que eles me farão digna da felicidade ou infelicidade depois e sabendo que um dia quem sabe possam ser revisados... Nem por isso deixo de me contradizer...

Dessa vez vou tentar fazer diferente e incluir tudo em apenas duas páginas. O que eu acho bem pequeno para o tamanho das minhas tradições e contradições...

Conhecemo-nos num desses vais e vens de uma micro-empresa qualquer que deveras poupar “merchandisers” (merchandagens)... E tão rapidamente preocupou-se com meu estado por dentro do sorriso acolhedor de uma recepcionista. Viu-me como os verdadeiros amigos vêem, com os olhos que não são os comuns. Com os olhos sedentos de verdade... Com perguntas que vão ao fundo da obscuridade e em um segundo vemo-nos numa situação inexplicável, onde de antemão um desconhecido revela em poucos segundos, o que você esta sentindo em séculos e ninguém percebeu... Não sei se me empolgo demais, é que em certas feitas no arado, jogamos verde para colher maduro e se esse for o caso, sou a “garota” mais idiota e burra ou a mais esperta e inteligente. Idiota e Burra, pois, já devo imaginar o que vai acontecer, já me aconteceu muitas vezes e dói, corta o coração com bisturi não esterilizado. Esperta e inteligente, porque ainda consigo analisar além... E mesmo assim ha modesta de tentar outra vez e coragem de ousar se machucar novamente. Sim, tentar uma amizade outra vez... Voltar a confiar numa pessoa cuja malícia de ver meu estado de espírito parece superar aos das pessoas que me rodeiam á anos e que perderam a capacidade de me ver... Não posso passar de duas páginas, então...

De antemão, agradeço. Agradeço por chegar a mim como quem não tem maléfico interesse se não o de saber como realmente estou indo, como estou me sentindo... Agradeço por contar-me coisas que normalmente não contaríamos a uma recepcionista... Por tratar-me como uma amiga de infância quando nem mesmo lembrara o meu nome certo... Agradeço simplesmente por estar regando assim como eu o início de uma amizade plena. Não posso ser incoerente e dizer que isso durará para sempre, afinal não quero e nem devo parecer pueril. As plantas crescem, se desenvolvem, envelhecem e simplesmente morrem, como os seres humanos também morrem... Como as amizades baseadas em alicerces falsos também morrem... Como nossa confiança um dia morre. Mas, como sempre haverá de ter um “mas”...

De antemão, digo-lhes com a tal verdade e sinceridade que habita no meu peito e sempre habitará para pessoas como você: Não sei se és verdadeira comigo, não sei se isso dará “um sempre” como sonham as pequeninas com suas primeiras coleginhas de infância... Não sei da verdade que rodeia a incerteza da certeza do incerto. Eu nunca sei do futuro, quase nunca sabemos e é por esse motivo que digo confiar em ti. Porque nunca saberei se me trairias se não tentasse, nunca posso cogitar que não fui amiga de ciclano ou beltrano, pois, ele ou ela poderia um belo dia me machucar, de modo que a amizade regada com o sal de lágrimas morresse com pétalas secas e murchas... Quando eu confio numa pessoa acabo revelando meu ponto fraco, que já não é tão fraco quando sei que ele é fraco. Que já não é tão forte quando sei que ele nunca foi forte... Dou-me para aquele indivíduo... Já tive quedas horrendas de precipícios e abismos que pareciam o fim, a ultima gota ou o suspiro mortal... Podes hoje com credibilidade dizer-me que sou uma imbecil por confiar novamente, mesmo que em você. Posso um dia concordar veementemente, quem sabe passe adiante este conselho que não sei se é construtivo ou destrutivo. De uma coisa sei, aliás, nem sei... Sinto-me hoje um fracasso... E como me disseram ontem mesmo “-Só faço escolhas erradas!” e como me disseram semana passada “- Meu sangue atrai pessoas ruins!”... Porém, quando por minha cabeça no travesseiro e lembrar das risadas que me fez, do desabafo que me de-sufocou, do momento quase incrédulo em que meu pesar era apenas um piada engraçada... Bom, analisarei tão detalhadamente cada item de cada frase que me disseram e desconsiderarei as mínimas e as máximas. Ficarei novamente só (,) com os meus conceitos, novamente vou aprender com os meus erros, eles servem pra isso e pra outras coisas... Novamente tentarei sair de um erro e se nessa tentativa entrar em outro como quase sempre acontece não vou dar ouvidos a quem consegue com uma palavra me colocar no “fundo do buraco” (e não ao fundo do poço, que é quando normalmente nos levantamos). Vou dar vazão á pessoas como você, que embora por venturas possa um dia me machucar, durante o momento em que serei “tua”, na minha inteira doação amiga, vou sentir a felicidade intensa (que é composta por tristezas e alegrias) o real valor, a real recompensa de dar-me uma chance de apenas... E apenas... E apenas... Que só os amigos nos dão...

De antemão é só isso! De antemão é o que posso lhe oferecer, mais do que a mim mesma. E se não for o suficiente, tratarei de providenciar os papéis das declarações com todos os documentos em dia, com todo o meu histórico, com meus antecedentes...Tudo, de antemão...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Unimultiplicidade!


   

Neste Brasil corrupção

pontapé bundão

puto saco de mau cheiro

do Acre ao Rio de Janeiro

Neste país de manda-chuvas

cheio de mãos e luvas

tem sempre alguém se dando bem

de São Paulo a Belém

Pego meu violão de guerra

pra responder essa sujeira

E como começo de caminho

quero a unimultiplicidade

onde cada homem é sozinho

a casa da humanidade

Não tenho nada na cabeça

a não ser o céu

não tenho nada por sapato

a não ser o passo

Neste país de pouca renda

senhoras costurando

pela injustiça vão rezando

da Bahia ao Espírito Santo

Brasília tem suas estradas

mas eu navego é noutras águas

E como começo de caminho

quero a unimultiplicidade

onde cada homem é sozinho

a casa da humanidade

 

(Ana carolina/ Tom zé)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

As In-Trigas



O que são trigas? Pois se deveras ter uma In-triga convenhamos saber o que são trigas... Será que trigas é o que se faz de natural e antimaquiavélico? Talvez seja o não planejamento de algo prejudicial a uma pessoa seja ela amiga ou inimiga.

Bom! Vamos caracterizar o que é uma intriga, depois veremos o que seriam, portanto, as “trigas”...

Pela definição ampla de um dicionário qualquer cuja bibliografia não me cabe transcrever. Intriga é o sinônimo de tramar, planejar,conspirar... Se tal afirmação é de extrema lógica e coerência haveriam de ter dois tipos de trama, planejamento ou conspiração. Uma boa e outra ruim. Mas quem já viu uma conspiração que não lhes fizessem mal? Talvez apenas não demos esse nome (conspiração) ás coisas boas, sós as ruins.

Mas, quanto ao planejamento surpresa de seu aniversario? Até que descubra o fim benéfico daquela mentirinha, daquela conspiração; Os confetes já estão no ar e as guloseimas diante de seus olhos...

Como sempre há motivos específicos para tanta “polodachia” como diz minha avó... Cheguei em intrigas e fui para conspiração, ambos com o mesmo significado. E parece que não há motivos para revelar o que significa “triga” já que in-trigas podem ser conspirações benéficas ou maléficas.

Não obstante descobri que existe sim um significado para “trigas”, segundo o dicionário que não foi mencionado anteriormente. Triga é um percevejo que destrói os trigais (campos de trigo).

Mas que coisa confusa: In-trigas que parece ser somente maléficas são também benéficas e as tais trigas que seria o oposto da in-triga são percevejos destruidores...

Eu sinto muito! Sim! Sinto muito por fazê-las (los) entrar numa linha de raciocínio que veio parar nos percevejos... Na verdade, inicialmente adverti que seria um tanto confuso, pois, esses textos saem inesperadamente, num dia quase qualquer... Podem ser besteiras expressas dum turbilhão de pensamentos que não instigamos na mente. E que nem deveríamos instigar... Ou deveríamos...

Quem se sentiu alvo de uma conspiração? De uma in-triga...Talvez alguém mais? Não só eu? Não só você? Não só nós...

O fato mais deplorável é quando deixamos de apenas cogitar traidores como se fossemos paranóicos e enfim temos a confirmação mais torpe de que aquela intriga maléfica realmente existe.

O mais estranho sentimento nos invade, parece com raiva, não entendemos tal agonia que o coração transmite, é tristeza? Não! É vontade de chorar? Chorar por raiva? Por desilusão, ou por cogitar na in-certeza e acabar descobrindo as certezas... Não importa as lágrimas caem ou o coração chora desolado anti a nossa face seca.

É estranho não ser somente um personagem de um “Arquivo X” (Seriado que contém conspirações governamentais). Porque todavia, os episódios são extremamente programados e até chegar á um final conclusivo suas provas são baseadas em fatos reais e não apenas suposições.

Começamos a vivenciar um mundo e começamos a supor um outro... Quando as provas são baseadas em suposições, continuamos a viver um mundinho pequeno e indigno da nossa capacidade. Evoluímos e começamos a viver fatos reais que estão longe de ser apenas suposições... Aí tudo complica, vamos ás intrigas, conspirações, planejamentos e demais sinônimos que terminam no mesmo lugar...

E embora sejamos capazes de identificar quanta dor temos ao descobrir as verdades dolorosas, preferimos nem mencionar, dói demais, e cada vez mais nosso juízo é corroído pelas trigas.

Não só pelas trigas! Pelas in-trigas... Afinal, são opostos, mas se atraem...

Não vou terminar assim com frase feita, que horror de minha parte fazer isso. Talvez eu volte no início desse texto e não entenda nada do que escrevi... E termine como os seriados ou filmes de suspense ou terror. Não tem necessariamente um fim para que a pessoa não possa parar de pensar naquilo que sempre volta.

As desilusões, por exemplo, quase sempre voltam e sempre “quebraremos a cara” (rosto), o importante é que não seja com os mesmos erros! Essa é a graça de estar num seriado cheio de conspirações... Se no final tudo volta, pelo menos se ganha experiência...

sábado, 12 de janeiro de 2008

DECEPÇÃO


As pessoas mais próximas que admiramos, às vezes são aquelas que mais traem a nossa confiança!

Quem me dera apenas ter admiração por ícones da música como Ana Carolina, autores famosos como Drumonnd, exemplo de coragem como Joana Dar’c e etc... Pessoas as quais admiro pelos feitos, outras qualidades do meu imaginário ou não e tão somente por isso. Teria que conviver com eles para que enfim pudesse me decepcionar e vê-los como seres humanos dotados de defeitos e fraquezas. E não como seres perfeitos ou quase perto da perfeição.

Verdade! Poderia viver e apenas admirar esses e outros do meu conceito. Mas o que posso fazer! Admiramos mais do que essas pessoas quase inacessíveis ou inalcançáveis. Admiramos nosso amigo, nosso pai, mãe ou namorado(a). Nossos irmãos(ãs) de sangue ou não. Nossos amores escondidos, nossos professores e etc. E acabamos descobrindo que mesmo com virtudes significativas, não são seres perfeitos. Não estão sempre de bom humor, nem sempre prontos para nos ouvir e nos entender. Nem sempre farão sacrifícios por nós como nós faríamos por eles. Nem sempre vão compreender nossas escolhas, nem sempre vão nos ajudar da forma que idealizamos.

Esses seres não são perfeitos simplesmente por que nos fazem sofrer, chorar, ter raiva, se angustiar, preocupar-se... Daí viram apenas familiares, amigos(as), colegas, namorados(as) chatos, mas agüentáveis até determinado tempo. Não mais que problemas e soluções. E passamos a dar muita importância às poesias de Drumonnd, as músicas de Ana Carolina, tirando exemplos de Joana Dar’c e etc...

Ai de nós! Se descobríssemos os rascunhos de Drumonnd, o mal-humor de Ana Carolina. Os feitos escondidos de Joana Dar’c... Aí diríamos que são imperfeitos, que não fazem parte do nosso conceito. Que são dispensáveis, e continuaríamos a procurar outros... Clarice Lispector talvez. Não, não... Ela fumava... Quem sabe Cecília Meireles, Nietch... Continuaríamos a admirá-los pelo que fizeram e não pelo que são. Pois, não são perfeitos se formos considerar o que consideraríamos defeitos neles.

São melhores do que nós, estão perto da perfeição, temos eles para que possamos nos espelhar...

Não podem ser apenas Carlos, Ana, Joana, Clarice, Cecília, Nietch... Tem que ser simplesmente o que fazem. Se não teríamos que amá-los do jeito que são, da maneira a qual expressam-se seus outros lados na vida cotidiana, seus sofrimentos, suas paranóias, suas faltas, seus esquecimentos...

Pra que tanta filosofia minha... Gosto do que fazem, da maneira como fazem, do jeito com que se expressaram. Não os amo pelo que são na vida, eu não sei “como eles são”. Não os amo pelo que fizeram ate chegar aonde chegaram. Não sei o que fizeram. E quem sabe nem queira saber, para não desmistificar as minhas ilusões. Para não ter que sofrer inconsoladamente com uma traição (seja de qual magnitude for). Para não ter que perdoá-los. Pois, isso é difícil, muito difícil. Pra não ter que fingir que esqueci daquela traição e finalmente ter que amá-los como são ou fingir-me como sou.

Pra não ter que dizer o quanto suas atitudes foram sórdidas e machucaram... Dizer isso pra quem está tão próximo, não deixa de ser desafiador. Principalmente se antes nós admirávamos e hoje descobrimos que não são perfeitos ou quase perto da perfeição. E que nem chegam a querer o nosso bem, considerando o que achamos que eles considerariam.

O jeito é agüentar e tentar fugir. Sim! Tentar, e até lá agüentar os defeitos de caráter dos outros. Nada de tentar fazê-los te entender... Não funciona! Eles são defeituosos como nós.

Daí! Vamos pra uma vida diferente, uma casa diferente, conhecer pessoas diferentes. Que vão nos fazerem felizes, mas também vão nos fazer sofrer, logicamente. Pois, não são cantores famosos, nem escritores de peso, nem artistas consagrados, nem tem fama na “avenida do sucesso”. São normais pros outros, que apontam seus defeitos e pra gente que amamos como eles(as) realmente são: “Vemos o quanto consideramos eles especiais”. Perfeitos pra nós mesmo com seus defeitos. O outro pode não entender e considerá-los pelas coisas que ouvem dizer sobre... E novamente nunca os acharam o homem ou a mulher perfeita como achamos. Não são reconhecidos, eles “irreconhecem” como somos. Podem reconhecer o que expressam sobre... Trate de ser famoso, ou fazer alguma coisa que os outros acham importante, trate de ser como os outros querem que seja, porque se for como você acha que você é: “Vai ser perfeito, porque ficará famoso”. Ninguém vai saber o que passou pra chegar aonde chegou...

Quantos nãos e quantas decepções tive na vida... Por quantas cobras teve que passar... Por quantos anos teve que agüentar os venenos... Mas, sendo famoso será considerado “perfect”! Até pela família, quando os outros nos admiram é que as pessoas mais próximas passam a dar valor, se os outros lhe têem como errado, estranho, vergonhoso. Bom! Os que forem mais próximos não vão gostar de escutar isso. Então vão tentar mudá-lo. Isso normalmente acontece quando fazemos o que achamos ser em nós “o de melhor”, que a maioria das vezes é considerado pelos outros “o pior”... Só depois que conquistar o seu eu, será famoso com “todos” e isso é difícil, muito complicado.

Ás vezes Deus traz as pessoas certas, nos dias certos, nas horas certas... Quando achamos que estamos errados, nos dias errados e nas horas erradas. Para que ambos descubram que não há certo nem errado. Ou há ódio ou amor! E por fim solucionem e aprendam.

As pessoas mais próximas que admiramos, às vezes são aquelas que mais traem a nossa confiança! Mas, ás vezes é necessário buscar um outro rumo, ou ir por um outro caminho para alcançar o mesmo rumo.

Perdoar ou não... Se resolver perdoar, saiba que terá de perdoar outros erros. Se resolver não perdoar, saiba que irá encontrar outras pessoas que vão errar e vai ter que perdoar esse e os outros erros ou desistir de confiar. Desistir de confiar é um erro. Afinal de contas ás pessoas só são perfeitas porque existe um complemento fundamental em todas elas, a imperfeição.

Eu resolvi não perdoar uma pessoa bem próxima, sei que virão outras que se constituirão próximas... Que vão me decepcionar. Vou continuar a admirá-los ou não, mas eu fiz uma escolha, não fiquei sofrendo sem saber o que fazer. Aconteceu, tinha ou não de acontecer, mas aconteceu. Nesse determinado momento da minha vida resolvi “não perdoar”.

Resolvi perdoar a mim mesma pelos meus próprios erros e por isso estou de consciência tranqüila e serene como se não houvesse acontecido certa tragédia. Bem tranqüila. Resolvi que perdoar outros só porque vou ter que agüentá-los mais tempo perto, Não é bom. E que ás vezes precisamos realmente mudar de rumo. Quase sempre tendo experimentado seguir outro caminho para obter o mesmo rumo.

Aprendi que para estarmos tranqüilas com quase todos os problemas que não podemos resolver tão facilmente, temos que estar tranqüilas com nós mesmos. Temos que aceitar nossas imperfeições e que não acertamos sempre, nem que as pessoas acertam sempre. Cabe decidir perdoar-se e se vai perdoar as outras pessoas. Já perdoei a maioria, quase todos que já passaram por mim. Mas nesse caso, perdoei a mim mesma com vigor, afinal de contas o erro foi meu. Resolvi não perdoar a única até agora, senti-me traída mesmo sendo a errada. Não perdôo! Não e fácil, mas quem disse que não seria difícil?

Desconsidere esse ultimo trecho se achá-lo muito inconveniente, é tudo tão confuso. Não o obrigo a tentar entender. São apenas idéias...

Frase famosa: “- Penso, logo existo.” Mas se existo não é necessariamente porque penso... Pois existem outras coisas e pessoas que existem sem pensar. Se penso, tenho que lidar com quem pensa e quem não pensa. Aí! Nesse caso, dói muito quando nos machucamos com quem pensa que dirás quem não pensa.